Espresso: a história, a força e a cultura por trás do cafezinho mais famoso do mundo

Imagem gerada com I.A.

Quando o cliente chega e pede “só um cafezinho”, é essa bebida que vai chegar: o famoso curto, cafezinho, coice de cavalo… ou pelo seu verdadeiro nome: espresso! Uma bebida que é basicamente 8 ou 80 — ou você ama ou odeia. Eu sou do time que ama, e espero que, depois de conhecer um pouco sobre sua história e sua complexidade, você passe a amar também… ou, pelo menos, dar uma chance ao nosso querido espresso.

A origem do nome (e a treta do "x")

Vamos começar pela história do nome — porque sim, aqui no Brasil tem toda uma treta em torno da grafia: com “s” ou com “x”? No dicionário Aurélio, a palavra “expresso” é definida como algo rápido, feito com urgência. E, de fato, o espresso surgiu com esse propósito: agilizar a extração do café. Alguém estava cansado de esperar o café coar e resolveu acelerar o processo.

E assim surgiram as primeiras máquinas a vapor. Em 1884, o italiano Angelo Moriondo, de Turim, patenteou a primeira máquina de café utilizando pressão a vapor. Aquilo era só o começo.

Do vapor à crema: a evolução da máquina de espresso

As máquinas começaram a evoluir nos anos seguintes, especialmente a partir de 1901, com Luigi Bezzera, e depois com Desiderio Pavoni, que lançou a famosa marca La Pavoni. A primeira máquina comercial da marca chamava-se Ideale — nome bem simbólico, não?

Mas a grande virada veio em 1947 com Achille Gaggia, que introduziu as alavancas manuais nas máquinas. Em vez de vapor, usava-se pressão mecânica. Isso permitiu uma extração mais intensa e refinada… e o nascimento da crema — essa camada dourada e cremosa na superfície do café, cheia de aromas e sabor. A crema virou símbolo de qualidade no espresso.

A cultura do espresso

O espresso nasceu na Itália, mas virou patrimônio do mundo. Ele é mais que uma bebida: é cultura. Nas cafeterias, a máquina de espresso se tornou a grande estrela, e quem a pilota — o barista — virou quase um artista. Foi ali que nasceram os cappuccinos, macchiatos, latte arts e tantas outras variações.

A máquina passou a vaporizar leite, a criar texturas, a abrir portas para bebidas cada vez mais sofisticadas. Tudo a partir daquela dose de 30ml — intensa, viva, inconfundível.

Imagem gerada com I.A.

A complexidade de um bom espresso

Agora que você já conhece a história, vamos ao motivo de tanta paixão: um bom espresso é uma experiência. E também é um teste. Quer saber se uma cafeteria tem um bom barista? Peça um espresso. Se vier com uma bela crema, corpo intenso, doçura equilibrada… você está no lugar certo.

E por que o espresso é tão potente? A resposta está na pressão. Quando moemos o café bem fino — como um grão de areia — a água encontra mais dificuldade para atravessar a “cama” de pó. É aí que entra a máquina: ela empurra com força, extraindo o melhor do café em poucos segundos.

É por isso que o espresso tem mais corpo, mais notas, mais vida. Mas também por isso que muita gente torce o nariz — é uma bebida intensa, que exige atenção. Tem gente que busca só pela cafeína… e, falando nisso:

Espresso tem mais cafeína?

Sim e não. Tecnicamente, o espresso tem mais cafeína por mililitro. Mas como é uma bebida menor (geralmente entre 35 e 50 ml), a quantidade total de cafeína costuma ser menor do que a de um café coado (que pode ter até 200 ml).

Quer resolver isso? Pede um Red Eye: um café coado com uma dose de espresso mergulhada dentro. É o verdadeiro levanta defunto — energia garantida!

No fim das contas…

O espresso é intenso, é complexo, é a base de muitas bebidas e, às vezes, é até subestimado. Mas não tem cafeteria que não o sirva. Não tem barista que não o conheça. E não tem amante de café que, em algum momento, não tenha se rendido a ele.

Ah, e sobre a grafia: espresso, com s. A bebida é expressa, mas o nome é espresso. Assim como você não gosta quando te chamam por outro nome… não mude o dele.

Próximo
Próximo

Empreender no mundo do café: o sonho, os trancos e as (muitas) xícaras